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Em disputa para a presidência Bolsonaro e Lula traçam estratégias no Paraná

Candidatos buscam espaço no Estado em articulações políticas

Com o fim do primeiro turno deixando a decisão da presidência para o segundo, as campanhas dos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já começam a traçar as estratégias no Paraná para o confronto do próximo dia 30. A bancada paranaense que apoia Bolsonaro se reuniu em Brasília na manhã desta quinta-feira (6) com a equipe do presidente. Já a bancada de Lula no estado se reuniram na última terça-feira (4) em Curitiba.

A campanha de bolsonaro tem como principal intuito reduzir a abstenção no Estado, conhecido por ter um eleitorado com perfil conservador. No primeiro dia das eleições (2), 1,6 milhão de pessoas, 19,48% do eleitorado, não compareceram nos colégios eleitorais. Os que foram às urnas, o candidato à reeleição obteve 55,26% dos votos válidos (total de 3.628.612), contra 35,99% de Lula (2.363.492 votos).

Já com os apoiadores de Lula, a ideia é conquistar o maior número possível de apoios entre prefeitos e lideranças do interior. Com apoio dos ex-presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que ficam em 43ª e 4º respectivamente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e apoio do Solidariedade, a avaliação é que há uma lacuna para crescer entre setores do eleitorado ligados ao centro e à centro-direita.

Conforme o coordenador da campanha de Lula no estado, o deputado estadual Arilson Chiorato (PT), a campanha de Luiz Inácio tem recebido o apoio de “políticos tradicionais” no Paraná. “Estamos tendo bastante adesão de lideranças, personalidades e pessoas que são parte da política tradicional, como prefeitos e vereadores. A ideia é construir uma grande aliança para aumentar a votação do Lula no Paraná”.

Para Chiorato, as adesões de Simone Tebet e Ciro Gomes poderão ajudar a reduzir a influência do atual presidente no estado. A candidata do MDB teve 309.685 votos (4,72% dos válidos) e o pedetista recebeu 180.599 votos (2,75%). “O bolsonarismo já encolheu nessa eleição. Com a força do Lula, vamos ajudar a diminuir o bolsonarismo no Paraná. O Lula demonstrou que tem uma grande força no estado, ajudou a aumentar as nossas bancadas para sete deputados estaduais e seis federais”.

Foco nos ausentes
Além de tentar reduzir as abstenções, a campanha de Bolsonaro tentará enfatizar as obras do governo federal no Paraná. “Temos 1,6 milhão de pessoas que simplesmente não foram votar no primeiro turno. Precisamos fazer um trabalho em relação a isso”, afirmou nesta semana o deputado federal reeleito Filipe Barros (PL), um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro no estado. “Temos votos que podem ser revertidos. Para isso, precisamos mostrar o que o presidente trouxe para o Paraná”.

De acordo com Barros, pesquisas internas avaliam que tem espaço para o eleitorado de Bolsonaro crescer, que inclui estes que não compareceram para votar no dia 2. “A votação no primeiro turno ficou dentro do que esperávamos, mas nosso monitoramento mostra que há espaço para crescer. O Paraná é um dos estados mais conservadores do Brasil”, afirmou o deputado. “Temos visto uma atuação muito partidária do por parte do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que não permite ao presidente usar imagens na ONU, por exemplo. Precisamos criar instrumentos” finalizou Filipe Barros.

Poucos votos
Os outros candidatos à Presidência tiveram números pequenos de votos no Paraná. Felipe D’Ávila em quinto lugar no estado, com 37.983 votos (0,58% dos válidos); Padre Kelmon (PTB) teve 5.161 (0,08%); Sofia Manzano (PCB), 2.744 (0,04%); Léo Péricles (UP) 2.089 (0,03%); Verae (PSTU), 1.170 (0,02%); e Eymael (DC), 1.104 (0,02%).