Voto feminino: mesmo após 90 anos da conquista as mulheres ainda são minoria na política

A entrada das mulheres na política brasileira representou um grande passo para o aprofundamento da democracia

Próximo do marco de 90 anos da conquista do direito ao voto pelas mulheres, a pergunta que se faz é: como romper as barreiras que limitam esta participação direta na política?

Embora desde 2008 as mulheres sejam maioria no país, apenas 15% do Congresso Nacional é ocupado por mulheres, e este é apenas um dos indicadores a serem considerados.

“Os reflexos políticos da exclusão histórica das mulheres são profundos e são vistos em muitas camadas: a falta de efetividade dos direitos políticos das mulheres consiste no desrespeito de direitos humanos”, avalia a advogada Nara Bueno, especialista em Direito Eleitoral.

Conscientização

Mesmo com a necessidade de avanços, Nara Bueno aponta dois fenômenos recentes que a deixam esperançosa: “o primeiro é a crescente conscientização da importância de mulheres serem candidatas”, aponta. O segundo, enumera, é a crescente percepção por parte do próprio eleitorado, enxergando que a eleição de mulheres traz benefícios para todo o coletivo e não só para as mulheres. “Acredito que a combinação de ambos resultará no aumento da representação de mulheres no poder”, avalia a advogada.

Sacrifício

A entrada das mulheres na política brasileira representou um grande passo para o aprofundamento da democracia representativa brasileira, permitindo, inclusive, a representação democrática da maioria demográfica da população. “Esse acesso à política pelas mulheres só foi possível pelo sacrifício daquelas que lutaram por décadas, reivindicando direitos políticos. Dentre elas, Leolinda Daltro, Almerinda Gama, Carlota de Queirós, Gilka Machado, Alzira Soriano, Nísia Floresta, Bertha Lutz, Antonieta de Barros e tantas outras”, enumera Nara Bueno.