4,6 milhões de paranaenses receberam serviços de coleta de esgoto

O estudo indica que em 2022, 96,1% da população tinha acesso à água tratada e 76,3% contava com esgotamento sanitário, destacando-se como um dos melhores índices do país

O relatório ‘Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Paraná’, publicado na última terça-feira (26) pelo Instituto Trata Brasil, analisa os efeitos dos investimentos em saneamento na qualidade de vida e na economia do estado entre 2005 e 2022. Em 2022, 96,1% da população do Paraná tinha acesso à água tratada e 76,3% contava com serviços de esgotamento sanitário, destacando-se como um dos melhores índices do país.

Território distribuído
Entre 2005 e 2022, a extensão da rede de distribuição de água no Paraná aumentou de 40 mil para 72,9 mil quilômetros, representando um crescimento anual de 3,6%. No mesmo período, a rede de coleta de esgoto expandiu-se em 4,8%, passando de 19 mil para 42,2 mil quilômetros. Durante esses 17 anos, 2,3 milhões de pessoas no estado obtiveram acesso à água tratada, enquanto 4,6 milhões passaram a contar com serviços de coleta de esgoto em suas residências.

O Instituto Trata Brasil baseou-se em informações do Sistema Nacional de Informações do Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, que coleta dados das empresas de saneamento e dos municípios. Além disso, foram consultadas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Educação e de outras entidades relevantes.

O estudo revela que a expansão do saneamento implica investimentos significativos em obras de construção civil, gerando empregos e ampliando a renda, o que beneficia toda a cadeia econômica do setor, incluindo fornecedores de materiais de construção e empresas de engenharia e arquitetura.

Investimentos

Em termos ajustados pela inflação, o Trata Brasil estima que foram destinados R$ 22,1 bilhões para obras de manutenção e ampliação das redes de água e esgoto no Paraná, no período de 2005 a 2022. Isso representa uma média anual de R$ 1,23 bilhão. Esses investimentos sustentaram aproximadamente 9.329 empregos diretos anualmente na construção civil, totalizando R$ 351 milhões em salários, benefícios e contribuições trabalhistas. Adicionalmente, foram criados 4.530 empregos indiretos por ano. O impacto dessa atividade econômica contribuiu para o crescimento do PIB do setor de construção civil na região.

Além disso, o estudo aponta que o saneamento básico melhora as condições de saúde e educação da população. Em 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 273,4 mil internações hospitalares no Brasil devido a doenças transmitidas por água contaminada. Na Região Sul, foram 27,8 mil casos e, especificamente no Paraná, 12,2 mil. Crianças e jovens que têm acesso à água potável e serviços de coleta e tratamento de esgoto apresentaram, em média, 3% menos atraso escolar em comparação com aqueles que não contam com esses serviços de saneamento.

Sanepar

 Atuando em 344 municípios paranaenses, a Sanepar registra índices superiores à média nacional. Em 2022, período analisado pelo estudo do Trata Brasil, a Sanepar fornecia água potável para 100% da população urbana e oferecia serviços de coleta de esgoto para 78,9% (com 100% de tratamento). Até o final de 2023, a empresa ampliou esse atendimento para 80,2% em saneamento básico.

Futuro

O estudo também aborda projeções para o período de 2023 a 2040. Segundo o Trata Brasil, os investimentos em saneamento no Paraná devem totalizar R$ 31,2 bilhões. A renda gerada, seja de forma direta, indireta ou induzida por esses investimentos, é estimada em R$ 26,1 bilhões.

Adicionalmente, prevê-se um aumento nos ganhos provenientes do turismo, atingindo R$ 4,5 bilhões. Isso representa um fluxo médio anual de R$ 251,209 milhões durante esse período, impulsionado pela valorização ambiental resultante da despoluição de rios e córregos.

No que diz respeito à renda imobiliária, a projeção aponta um incremento de R$ 126,4 milhões por ano até 2040 para os proprietários de imóveis, tanto para aqueles que alugam quanto para os que residem em moradias próprias.