Estudo associa falta de regras alimentares pelos pais à obesidade infantil
Quatro mil pais holandeses, com filhos entre 4 e 12 anos, preencheram um questionário sobre os hábitos alimentares das crianças
Um estudo publicado recentemente no site BioMed Central relacionou a falta de imposição de regras alimentares pelos pais com o excesso de peso na infância. Os pesquisadores concluíram também, que o tempo excessivo utilizando telas (como TV ou smartphone) também tem influência na obesidade infantil.
Para realizar a pesquisa, 4 mil pais holandeses, com filhos entre 4 e 12 anos, preencheram um questionário sobre os hábitos alimentares das crianças. Entre as perguntas, as famílias responderam referente às regras que impõe aos filhos nos seguintes aspectos: frequência para consumir lanches, beber refrigerantes e comer frutas e vegetais, tomar café da manhã todos os dias e o total de horas em que a criança poderia ficar diante de telas. Para cada um desses itens, os pais indicaram se tinham regras rígidas, flexíveis ou nenhuma. O peso e altura das crianças também foi questionado, para que os pesquisadores calculassem o Índice de Massa Corporal (IMC).
Analisando os resultados, os cientistas notaram que aproximadamente 20% dos pais declararam não ter nem uma regra sobre o consumo de bebidas açucaradas e cerca de 40%, relataram não estabelecer limites para o uso de telas. Além disso, pais de crianças de 8 a 12 anos aplicam regras de menor rigidez em relação ao consumo de lanches e frutas se comparado aos pais de crianças de 4 a 7 anos. Menos de 45% das crianças de 4 a 12 anos comem vegetais diariamente e 64% bebem duas ou mais bebidas açucaradas diariamente.
O documento analisou, ainda, que os pais que aplicam “regras rígidas” têm nível de escolaridade mais alto e que seus filhos praticam comportamentos mais saudáveis em comparação com os filhos dos pais que assinalaram outras categorias. Os que aplicam regras flexíveis ou nenhuma regra têm menor nível de escolaridade e as crianças destas categorias apresentaram maior probabilidade de estar acima do peso.
“Pais com baixa escolaridade tendem a não aplicar regras de comportamento. Portanto, a educação parental eficaz deve ser apoiada no que diz respeito a esta aplicação”, avaliaram os pesquisadores. “Além de reduzir a probabilidade de sobrepeso infantil e os comportamentos não sedentários existem outros benefícios importantes, incluindo melhorar o condicionamento físico, aumentar a autoestima, promover comportamentos sociais e melhorar o desempenho acadêmico”, finalizam.