Tabagismo: maior problema de saúde pública do Brasil é lembrado nesta segunda, 31 de maio

Fumar pode causar inflamações nas vias aéreas, expor ainda mais a porta de entrada do coronavírus nas células humanas e enfraquecer o sistema imunológico

“Comprometa-se a parar de fumar” é o tema destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial Sem Tabaco, lembrado no próximo dia 31 de maio, segunda-feira O tabagismo é ainda a principal causa de morte evitável. Somente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabaco ocasionou 443 mortes por dia – cerca de 13% do total de óbitos no país (sem considerar a pandemia). “O tabagismo é o maior problema de saúde pública do Brasil em tempos normais”, enfatiza o cirurgião oncológico do Grupo Hospitalar São Vicente, Dr. Marciano Anghinoni. “São 8 milhões de mortes por ano em decorrência do hábito no mundo e mais um milhão de óbitos em relação a fumantes passivos”, complementa.

Para tentar conscientizar sobre os malefícios do tabagismo e a necessidade de mudança de hábito, a própria Organização Mundial da Saúde listou “100 razões para deixar de fumar”. O alerta mais enfático já está no primeiro item: “Fumantes têm maior risco de desenvolver quadro grade de Covid-19”. O motivo principal é porque o sistema respiratório do tabagista é mais frágil e, ao ser infectado, pode ter a saúde mais debilitada e não resistir ao vírus. Contudo, Dr. Marciano lembra que o fumo também está relacionado a várias outras doenças. “É um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares, mas, também, para todos os tipos de câncer de regiões próximas à boca – traqueia, laringe, faringe, esôfago, além do câncer de pulmão, de pâncreas, do intestino e tantos outros”, alerta.

Covid-19

Fumantes podem ter maior risco de infecção por Covid-19. Isso acontece porque fumar pode causar inflamações nas vias aéreas, expor ainda mais o receptor (porta de entrada) do coronavírus nas células humanas e enfraquecer o sistema imunológico. Além disso, pessoas que fumam podem já ter desenvolvido doenças pulmonares ou capacidade pulmonar reduzida.

“Parar de fumar sempre foi um desafio, ainda mais em um período de pandemia como o que vivemos. Mas essa pode ser uma das formas de trazer mais saúde para o corpo, adotando também uma alimentação saudável e atividades físicas que podem ser feitas em casa. Essa combinação pode manter a saúde em dia, principalmente a do pulmão”, explica o Dr. Mauro Gomes, chefe de uma das equipes de pneumologia do Hospital Samaritano e professor de pneumologia da faculdade de ciências médicas da Santa Casa.

Narguilé

Fumar narguilé faz mal como fumar cigarro, pois, embora se pense que a fumaça do narguilé é menos prejudicial ao corpo por ser filtrada ao passar pela água, isso não é totalmente verdade, já que neste processo apenas uma pequena parte das substâncias nocivas da fumaça, como o monóxido de carbono e a nicotina, ficam na água.

“Um dos principais riscos do narguilé está relacionado à queima do tabaco utilizando o carvão, devido aos produtos que são liberados nesta queima, como o monóxido de carbono e metais pesados, que elevam consideravelmente a possibilidade do aparecimento de doenças”, continuou o especialista. Além disso, o tempo de exposição tem tendência a ser longo, o que aumenta as chances de absorver uma maior quantidade de toxinas, aumentando o risco de doenças graves.

Outro possível problema do narguilé são os chamados fumantes passivos que respiram a fumaça sem querer. “Durante o uso, a fumaça do narguilé pode ficar no ambiente por muitas horas, devido ao grande volume que é despejado, apresentando riscos às outras pessoas que estejam no ambiente como grávidas, bebês e crianças”, concluiu Drº Mauro.

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