Você sabe qual é a pressão arterial ideal na terceira idade? Descubra
Diretrizes atualizadas indicam novos parâmetros ideais e alertam sobre riscos do excesso de medicação
Por muito tempo, o 12 por 8 foi considerado o padrão-ouro da pressão arterial. No entanto, recentes atualizações das diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam que, especialmente após os 70 anos, esse referencial precisa ser revisto.
As diretrizes apontam que, em pessoas com mais de 70 anos, especialmente as mais frágeis, os valores considerados normais são diferentes. Para idosos saudáveis, a média ideal gira em torno de 11 por 7. Já para aqueles com hipertensão, os especialistas indicam como limite aceitável o valor de até 13 por 8.
Classificações
O cardiologista, Anis Ghattás Mitri Filho, explica que o envelhecimento natural do sistema circulatório influencia diretamente nesses números. “Com a idade, as artérias tornam-se mais rígidas e perdem a capacidade de se expandir adequadamente. Soma-se a isso o histórico prolongado de doenças crônicas como diabetes, obesidade e insuficiência renal, o que contribui para o aumento da pressão arterial”, detalha.
- Pressão normal: até 12 por 7
- Pressão elevada: entre 12 por 7 e 14 por 9
- Hipertensão: acima de 14 por 9
Nesse contexto, o tradicional 12 por 8 deixa de ser o ideal e passa a ser um ponto de atenção, um possível indício de elevação, e não mais um objetivo a ser alcançado em todos os casos.
Tratamento
Para pessoas com mais de 85 anos, os cuidados devem ser ainda mais individualizados. A ESC recomenda metas menos agressivas em pacientes frágeis, com múltiplas comorbidades ou sob uso intensivo de medicamentos. Em alguns casos, manter a pressão arterial em níveis considerados mais altos, até 15 por 10, pode ser mais seguro do que buscar valores muito baixos.
Aferir a pressão regularmente é uma medida fundamental para o controle da saúde cardiovascular. Os aparelhos medem dois valores: o sistólico, que representa a força da contração cardíaca, e o diastólico, que mostra o repouso do coração entre os batimentos.
Alterações persistentes, como pressões diastólicas elevadas ou muito baixas (abaixo de 50 mmHg), devem ser avaliadas com atenção, pois podem sinalizar que o tratamento precisa ser ajustado.
Mesmo com a pressão sob controle, o acompanhamento médico contínuo é essencial, especialmente em pacientes frágeis. A orientação das entidades médicas é clara: o tratamento da hipertensão deve ser sempre personalizado, levando em consideração o quadro clínico, histórico e qualidade de vida do idoso.