Escola de idiomas dá dicas para perder o medo ou a vergonha de falar inglês

Por Estadão Conteúdo

Miriam dos Santos, de 35 anos, acorda todos os dias às 6h30 da manhã para começar sua aula de inglês on-line antes de seu trabalho. Ela é mais uma estudante que tenta melhorar sua proficiência no idioma dentro de um índice ainda baixo para o país: de acordo com a pesquisa do British Council e do Instituto de Pesquisa Data Popular, apenas 1% da população do país é fluente no idioma.


Miriam acredita que falar é o grande desafio de suas aulas: “Consigo ler bem e até entender tudo nas reuniões de trabalho, mas quando tenho que falar, não sei o que acontece. Fico travada e as palavras não vêm…”; conta a analista de crédito. “Chego até a ficar suando frio se tenho que falar inglês na frente dos meus colegas de trabalho nas reuniões virtuais.”

Medo ou vergonha de falar um idioma estrangeiro em situações em que o profissional se expõe, é muito frequente, em especial, com alunos adultos.


“Medo de ser comparado, vergonha pela idade que tem e a essa altura ainda não ser fluente, pressão pelo cargo que ocupa na empresa são alguns dos motivos que levam o aluno a ter bloqueio na hora de falar inglês”; diz Mariza Gottdank, fundadora da Dank Idiomas, escola que trabalha com método específico para os alunos perderem o medo e a vergonha de falar inglês.

“É muito comum o medo de ser julgado por um colega ou superior”, diz Gottdank. “Muitas vezes os alunos têm boa desenvoltura na conversação em sala de aula, mas travam completamente em uma situação de exposição, como uma reunião com o chefe ”

Segundo a fundadora da escola, uma das causas para “travar” em uma conversa em inglês é o indivíduo estar desconfortável em vários aspectos no ambiente em que a conversa acontecerá. Ela mesma passou por isso em outra circunstância e baseou seu método em sua própria experiência ao aprender a dirigir: “Enquanto muitas pessoas levam cerca de 20 aulas para aprender a dirigir, eu levei 200!”; ela conta.

Por causa da falta de paciência do instrutor da auto escola, Mariza percebeu que ficava totalmente bloqueada na aula e tudo o que ela já tinha aprendido a fazer, travava completamente.

“Eu tinha muita vergonha de errar, pavor até. O fato de o instrutor mostrar-se impaciente durante a aula, agravava ainda mais a situação. Só quando a autoescola mudou o instrutor por outro mais paciente é que consegui ter progresso e tirar a carteira de motorista”, Gottdank conta. “Nessa hora, percebi que era assim que os alunos se sentiam quando precisavam falar inglês em público”.

O método da Dank Idiomas para alunos com medo ou vergonha de falar inglês proporciona um ambiente propício para que eles ganhem desenvoltura para falar.

“É importante que o professor da Dank proporcione um ambiente confortável de sala de aula, mesmo que virtual, e estabeleça um ciclo de confiança entre aluno e professor: “É importante o aluno encontrar um ambiente de aula agradável, desde sua cadeira até sua condição social e que o professor o receba sem julgamentos e com muita empatia”.


Mariza ainda dá algumas dicas para pessoas que sentem bloqueio na hora de falar inglês: “Comunicar-se em inglês é um esforço mental até para os fluentes, mas os alunos têm a falsa impressão que o idioma sairá naturalmente com o tempo. É importante preparar-se mentalmente para o que poderá ser discutido e perguntado durante uma conversa ou reunião”; ela diz “prepare-se mentalmente para uma conversa: o que você irá dizer? o que poderá ser perguntado? Elabore frases e perguntas que poderão surgir em torno do assunto a ser conversado. Se a conversa for o recebimento de um visitante, por exemplo, pergunte-lhe se é a sua primeira vez no local ou se está gostando da estadia. Isso fará a conversa fluir com mais naturalidade”.

Ainda sobre medo de falar inglês, a fundadora da Dank Idiomas recomenda o uso de palavras em inglês chamadas de connectors: “Expressões como I think so, on the other hand e maybe, ajudam a ter mais fluidez ao expressar opiniões e evitam que o aluno faça pausas na conversa sem saber o que dizer”.


Anita Zonichenn, franqueada da marca Dank em Belo Horizonte, adquiriu a franquia recentemente pela forte identificação com o método: “A professora PHD Brene Brown tem toda uma carreira dedicada ao estudo da vulnerabilidade e da vergonha. Não é à toa que seus livros são best sellers e seu TED (da série TED TALKS) é um dos mais acessados. Inclusive estreou na Netflix atingindo logo milhões de views”; relata Anita.

“Por que esse assunto nos interessa tanto? Ora, porque todos temos vulnerabilidade e vergonha de não sermos suficientemente bons. Esses sentimentos são muito comuns ao se aprender um idioma novo. O ideal é que o professor esteja treinado e motivado para atravessar junto ao aluno esse portal, cocriando uma aprendizagem mais tranquila e efetiva. Assim, o aluno se torna um agente de sua própria mudança”; ela conclui.

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