Cleberson Santos, Gracieli Schroeder e Marcelo do Valle apontam pontos positivos trazidos pela pandemia e também os desafios
A pandemia adiantou tendências. Na educação, o isolamento social turbinou a educação a distância, promoveu a híbrida e semipresencial. No dia em que se comemora o Dia dos Professores, o Correio do Povo do Paraná presta uma homenagem a estes profissionais. Entrevistamos três professores da região de Laranjeiras do Sul. Eles relataram a carreira e opinaram sobre os desafios da área.
Desafios
Gracieli Schroeder tem 43 anos e atua na rede pública de ensino desde 1998. Formada em pedagogia e história pela Universidade do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), ela já lecionou em diferentes modalidades. Hoje, é professora de apoio educacional especializado de alunos autistas do Colégio Laranjeiras.
Ela acredita que a pandemia aproximou a família da escola. “Mostrou a necessidade de auxiliar os filhos fez com que o trabalho do professor se tornasse mais visível. Com isso, veio uma valorização ética e moral do nosso trabalho”, diz.
O mesmo é observado pelo profissional de língua portuguesa, Cleverson Lucas dos Santos, que já dedicou 16 dos 39 anos de vida à educação. “Muitos criticavam o professor e então perceberam a importância através da distância da escola.” Ele vê as novas tecnologias como outras formas de ensinar e aprender.
Professor de história e sociologia, Marcelo do Valle tem 13 anos de profissão e 34 de vida. “Foram inúmeras as mudanças que tiveram que ser introduzidas na educação. Entre algumas das mais significativas foi a implementação de uma plataforma interativa, que, para além da realização das aulas remotas, possibilita a realização de reuniões pedagógicas, compartilhamento de material e um maior acesso ao aluno”, afirma.
Marcelo acredita que o excesso de informação é um fator negativo da atualidade. “Por distrair o aluno.”
Cleverson aponta para as dificuldades enfrentadas por pessoas carentes. “Muitas se evadem para colaborar com a família, trabalhando. Isso vai impactar no futuro da nossa sociedade”, alerta.
A necessidade de enfrentar emoções e mudanças de comportamento, de acordo com Gracieli, trouxe à tona a empatia pelo outro. “Temos grandes defasagens em aprendizagem devido à falta da educação formal que leva tempo para superá-los. Fora os traumas emocionais da própria Covid em todos, tantos alunos, pais e professores, que certamente terão que ser repensados na prática de muitos profissionais da educação”, declara.
Na opinião dos profissionais, o país precisa de políticas públicas que atendam aos alunos também nas áreas emocionais e afetivas. Na visão de Gracieli, assistentes sociais e psicólogos devem ser integrados ao ambiente escolar.
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