Laboratório para análise de agrotóxicos é inaugurado em Francisco Beltrão por meio de parceria entre Itaipu e Unioeste

Convênio possibilita compra de espectrômetro de massa para estudar possíveis vínculos entre agrotóxicos e câncer de mama nas regiões Sudoeste e Oeste do Paraná

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, participou, na sexta-feira (13), da entrega oficial de equipamentos de laboratório na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão. A iniciativa marca a consolidação de um convênio de R$ 2.603.079,77 firmado entre Itaipu e Unioeste para a criação da Unidade de Análise de Micropoluentes, voltada à avaliação da contaminação humana e de fauna terrestre por agrotóxicos no Sudoeste e Oeste do Paraná.
O destaque do laboratório é um espectrômetro de massa de alta precisão, adquirido com recursos da Itaipu. O equipamento é capaz de identificar e quantificar mais de 400 resíduos de agrotóxicos em amostras humanas, animais e ambientais, com foco na relação entre esses poluentes e o câncer de mama, que apresenta alta incidência na região.
Enio Verri destacou que a parceria firmada entre Itaipu e Unioeste é fundamental para a criação dessa Unidade em Francisco Beltrão. “Investir em saúde e pesquisa é investir no bem-estar das pessoas. Esse laboratório é um marco para entender e combater o câncer de mama na região”, explicou.
A professora do Laboratório de Biologia de Tumores da Unioeste, Carolina Panis, que é coordenadora do projeto, explica que a pesquisa, iniciada há dez anos, documentou índices alarmantes de câncer de mama nesta região, entre as mulheres expostas ao agrotóxico, com incidência 50% e mortalidade 15%, superiores à média nacional.
“Identificamos que o risco de desenvolver câncer de mama é 32% maior em mulheres expostas a agrotóxicos, com 52% mais chances de metástases. A principal via de contaminação é dérmica, especialmente durante a lavagem de roupas e equipamentos usados na aplicação de agrotóxicos”, afirmou Panis. Ela destacou a importância do novo equipamento: “Sem o investimento de Itaipu, dificilmente teríamos uma estrutura deste porte no Sudoeste do Paraná. Com este espectrômetro, será possível investigar de forma precisa como os agrotóxicos se correlacionam com doenças como o câncer”.
Os resultados do projeto da Unidade de Análise de Micropoluentes fornecerão dados inéditos para políticas públicas de saúde e proteção ambiental, consolidando o Sudoeste paranaense como referência em pesquisa sobre os impactos dos agrotóxicos.

Outros convênios
Também na sexta-feira (13), o diretor do campus de Foz do Iguaçu da Unioeste, Sérgio Fabriz, visitou a Usina e agradeceu a Itaipu pela parceria de longa data. Desde 2011, as instituições mantêm o Núcleo Jurídico de Direitos, Defesa da Mulher e Execução Penal, que já realizou mais de 20 mil audiências, oferecendo assistência jurídica gratuita. Outro convênio, de R$ 1,3 milhão, viabilizou a reconstrução de parte do campus de Foz do Iguaçu, danificado por um vendaval em 2021.