Tricampeão da Série Ouro, Foz ressurge na Bronze após sete anos

A Série Bronze de 2021 terá o retorno do Foz Futsal, um dos clubes lendários do futsal paranaense entre o fim da década de 1990 e início dos anos 2000. Tricampeão da Série Ouro, a equipe estava afastada do Campeonato do Paraná desde o fim de 2013 e está entre os 24 integrantes desta temporada da Série Ouro.

O Foz de 96 a 2013

Foz foi fundado em 1996 e venceu a Série Ouro no ano de estreia e também em 1997 e 2001. Foi rebaixado em 2006. Passou o ano seguinte inativo e retornou em 2008, na Série Bronze. Em 2010, protagonizou uma parceria confusa com o extinto Beltrão Futsal, fazendo uma fusão para a disputa da Liga Nacional. Na mesma temporada, a equipe mantinha um time na Série Bronze.
Em 2011, desfeito o “casamento” com os sudoestinos, o Foz ficou na elite, mas para ser rebaixado. Na Série Prata do ano seguinte, conseguiu o vice-campeonato e o retornou à Ouro, que disputou pela última vez em 2013.

Os trâmites do regresso

Um dos responsáveis pela volta do Verdão da Fronteira é o supervisor Geferson Chiapetti. Ele trabalha há anos no projeto Cartão Verde, de cunho social e destinado às categorias de base da região. Em 2020, Geferson cogitou colocar a equipe na Série Bronze. Foi quando surgiu a oportunidade de trazer o Foz novamente às quadras. “Foi nos oferecida a possibilidade de fazermos isso pelo Foz Futsal”, conta.

Naquele ano, assim como ocorreu com dezenas de clubes, a participação no estadual não foi possível por conta da pandemia, mas será concretizada em 2021.

Um dos fundadores e responsáveis pelo Foz até 2013, Wilson Veiga Júnior, o “Rita Lee”, explicou ao Correio que a marca “Foz Futsal” pertence hoje à Liga Iguaçuense, que gerencia a modalidade na tríplice fronteira. “Em Foz temos mais de 200 equipes de categorias de base. Esse retorno do Foz vai possibilitar oportunidades para essa garotada”.

Apesar de ter apoiado e ajudado no trâmite para o retorno do clube, Rita Lee não é mais dirigente do Verdão. “Fomos o parâmetro do futsal do Paraná. Quando surgimos, em 1996, mudamos a ‘capital’ do modalidade no estado para o Oeste. Os títulos sempre ficavam na região de Curitiba. Não à toa o primeiro campeão da Série Ouro foi o Curitibano. E então começamos a vencer as competições. Depois, a partir de 2002, o time oscilou muito e nos últimos anos enfrentamos muitas dívidas. Passei uns seis anos respondendo processos trabalhistas – alguns conseguimos vencer, inclusive”, lembra.

E o Foz Cataratas?

A paralisação das atividades do Foz antecedeu o surgimento de outra potência da modalidade na tríplice fronteira: o Foz Cataratas. O Azulão, inclusive, venceu as Séries Ouro de 2018 e 2019.
Geferson acredita que o município comporta dois clubes e diz que não tem pretensão de rivalizar com o conterrâneo, mas quer rescender a competitividade com o São Miguel. “Conversamos com o Adélio (presidente do Foz Cataratas) e explicamos a ele que não seremos rivais. Não estamos retornando para isso. Eles fazem um bom trabalho com as categorias de base, mas não conseguem dar rodagem para os meninos, e isso nós iremos conseguir. Queremos enfrentar o São Miguel, ele é o nosso rival”.

Elenco, técnico e peso da camisa

O dirigente revela que a equipe, em 2021, será caseira, jovem, mas nem por isso despretensiosa. “90% do elenco será formado por jogadores da cidade e teremos apenas uns dois com mais de 23 anos. A meta é terminar esse ano no mínimo entre os oito primeiros. Queremos voltar para a Ouro o quanto antes possível”.
Entre os mais “experientes”, se é que se pode usar o termo, estão o fixo Pajé e o ala Brian, que já jogaram pelo Foz Cataratas.
O técnico será Paulo Evandro, que venceu a Série Ouro por sete vezes como jogador. Será a sua primeira incursão à frente de um time adulto.

“Até hoje os torcedores amam o Foz. Fizemos o perfil no Instagram e o pessoal que viveu aquele auge do fim dos anos 1990 e início da década de 2000 nos manda mensagem perguntando se é verdade que o time voltará. É uma camisa muito pesada e estamos começando o campeonato para subir para a Prata. O que não pode acontecer é não ficarmos entre os oito primeiros. É uma camisa muito pesada, que nos dá orgulho e responsabilidade na mesma medida”, conclui Geferson.

Série Bronze

O Foz está no Grupo Oeste da Série Bronze, ao lado de Itaipulândia, Guaíra e UFCA Umuarama. Clique e confira o formato de disputa e os grupos do estadual.

Deixe um comentário