Reino Unido critica ameaça de invasão da Venezuela à Guiana
O ex-primeiro-ministro e atual Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, declarou na última quinta-feira (07) que não enxerga justificativa para uma ação unilateral por parte da Venezuela em relação à Guiana, após o referendo convocado por Nicolás Maduro, no qual a população aprovou a anexação da região de Essequibo. As fronteiras em questão foram estabelecidas em 1899.
Durante uma declaração conjunta com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em Washington, Cameron afirmou: “Estas fronteiras foram estabelecidas em 1899. Não vejo absolutamente nenhum argumento para uma ação unilateral por parte da Venezuela; deve parar, é um erro”. Ele também expressou a intenção de realizar chamadas com o presidente da Guiana e outros líderes regionais para abordar a situação.
Cameron elogiou as medidas tomadas pelos Estados Unidos, que expressaram apoio à soberania da Guiana. Em 1899, a sentença arbitral de Paris concedeu soberania sobre a zona rica em petróleo disputada aos britânicos, que governavam a Guiana na época. Em 1966, o Acordo de Genebra foi assinado, reconhecendo a existência de uma controvérsia sobre o território do Essequibo. A Guiana tornou-se independente no mesmo ano, iniciando negociações diretas com a Venezuela.
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, respondeu às declarações de Cameron em sua conta no Twitter, mencionando que a “única coisa retrógrada é a penúria política, econômica e social a que mergulharam o Reino Unido, especialmente desde o Brexit, do qual David Cameron é diretamente responsável”. Ela também destacou que ambos os países são signatários do Acordo de Genebra, que estão buscando agora romper.