Como lidar com a ansiedade durante a pandemia?

Segundo a psicóloga Naiane Schultz, a ansiedade é uma emoção considerada secundária, que deriva da emoção primária do medo

Segundo a OMS, o Brasil já era o país mais ansioso do mundo mesmo antes do coronavírus, com mais de 18 milhões de brasileiros convivendo com o transtorno. Dados da revista East Asian Arch Psychiatry apontam que entre 2002 e 2003, quando o coronavírus causador da Sars matou 800 pessoas no mundo, 42% dos sobreviventes acabaram desenvolvendo algum tipo de transtorno mental. Mais da metade das pessoas sofreu com o transtorno de estresse pós-traumático. Apesar da ansiedade ser uma resposta natural do nosso corpo, algo fisiológico essencial para a nossa sobrevivência, em alguns momentos pode se tornar nociva.
Segundo a psicóloga laranjeirense Naiane Schultz, a ansiedade é uma emoção considerada secundária, que deriva da emoção primária do medo.
“Neste momento de pandemia houve um aumento significativo e muitas questões relacionadas à ansiedade. A ansiedade está relacionada ao medo e a pandemia nos trouxe muito medo de pegar covid-19. Assim como o medo de perder as pessoas, medo de morrer, medo pelas questões econômicas também, e fez com que se agravassem ou aparecessem muitos quadros de ansiedade”, explica.

Sinais
Naiane explica que existem sinais demonstrados e as questões alimentares, embora não sejam os principais deflagadores da ansiedade.
“Essas questões geralmente são geradas por situações da vida e acontecimentos, mantida por questões relacionadas a personalidade das pessoas. Em alguns casos é uma questão de genética, e hereditária que promove ou facilita que apareçam os quadros de ansiedade”.

Como lidar?
Naiane explica que manter uma dieta mais natural, não pular refeições, ingerir bastante água, ajuda a lidar com a ansiedade.
“Manter as vitaminas e sais minerais equilibrados e, principalmente, se alimentar com carboidratos integrais, que tem uma digestão mais lenta e que não promovem picos de glicose podem ajudar nas questões de ansiedade. Assim como atividade aeróbica, caminhada, pedalada, corrida, natação. Todas as atividades em que você eleva a sua taxa cardíaca. Então, toda atividade aeróbica intensa, também auxilia diminuir os quadros de ansiedade, e pesquisas que indicam que ela pode diminuir de 30% a 50% dos sintomas de ansiedade”, afirma.

Desenvolvimento
E quando ansiedade causa sofrimento e acaba desenvolvendo diversos transtornos mesmo na vida da pessoa, só alimentação e atividade física, talvez não resolva e isso precisa ser combinado com uma psicoterapia.
“As psicoterapias vão trazer uma série de técnicas pra pessoa lidar nos momentos de ansiedade, para que ajude a regular essa ansiedade e voltar o bem-estar e também tratar do que está gerando essa ansiedade. Para que isso possa trazer um alívio e uma diminuição da ansiedade no cotidiano, no dia a dia das pessoas. Algumas vezes se torna necessário entrar também com a avaliação psiquiátrica e o uso de medicação, para conter um pouco essa ansiedade”, ressalta a psicóloga.
Naiane afirma que existem várias doenças que podem ser ocasionadas com o aumento da ansiedade.
“Normalmente a ansiedade aumenta um consumo exagerado na alimentação ou de comidas que são mais calóricas. Porque a pessoa ansiosa, ela tem muita vontade de comer coisas com açúcar, coisas com mais gordura. Podendo ocasionar problemas com bebidas alcoólicas, onde o álcool tende a temporariamente diminuir a ansiedade, então pode gerar um consumo excessivo de drogas, sejam elas drogas lícitas ou ilícitas, onde elas estão sendo usadas pra diminuir a ansiedade. Podendo ocasionar problemas de pele, crises alérgicas, bronquite, asma, rinite e além dos transtornos psicológicos, então pode desencadear diferentes quadros de transtorno de ansiedade. Entre outras patologias de ordem psicológicas e também físicas”, finaliza. 
A psicóloga enfatiza as pessoas que sentem que necessitam de ajuda profissional, ela está atendendo as consultas de modo remoto pelo telefone (48) 9 9113-3993.

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