Músico laranjeirense participa de curta-metragem dirigido por cineasta espanhol

O Gaiteiro que desceu da Caravela, protagonizado por Tales Melati já é reconhecido e aplaudido em muitos festivais

Por Thamiris Costa

Tales Melati, de 42 anos, é músico, multinstrumentista e pesquisador de instrumentos antigos, como gaitas de foles e viela de roda, por exemplo. Apesar de nascido em Rio Grande do Sul, se considera laranjeirense, lugar onde viveu por muitos anos.

“Em Laranjeiras eu cheguei a trabalhar inclusive na redação do Correio do Povo, por um ano. Também participei de um grupo musical que se chamava Clínica Tobias, gravamos um CD e chegamos a ganhar um prêmio do Saul Trumpet em Curitiba. Temos ainda uma ideia de fazer futuramente uma longa-metragem sobre isso”, detalha ele.

Por onde passa, Tales desenvolve relações musicais muito intensas. No município, estudou com o maestro Prudêncio e o maestro Matias. Posteriormente, pesquisou com professores reconhecidos como Galiza, de Portugal; e o holandês Carollus Vooren.

O músico, que atualmente cursa especialização em flauta barroca no Instituto Federal, também participa de diversos grupos musicais de estilos celta e folk, como o Balaio de Palha, Turucutá e um de música afro, onde toca saxofone. 

“Dou aulas instrumentais desde 2016, bem como oficinas sobre a música antiga e medieval. Através do projeto ‘Regueifa – Instrumentos Atemporais’, realizo workshops interativos, contando a história dos instrumentos, suas formas de funcionamento etc.”, conta Tales.

O artista conta com participações importantes em espetáculos, como o personagem Mentales em “A Sbornia Kontratracka”, dirigido pelo músico Hique Gomes, anrigo Tangos e Tragedias. Este ano protagonizou um curta documentário, “O Gaiteiro que desceu da Caravela”, realizado pelo cineasta galego Juan Quintans e que ganhou reconhecimento em muitos festivais.

O Gaiteiro que desceu da Caravela

As filmagens do documentário dirigido por Juan Quintáns começaram durante a comemoração de Santiago de Compostela, no Centro Espanhol de Porto Alegre, em 2019.

O curta inicia com Tales Melati se preparando para uma apresentação e percorrendo, com seus instrumentos musicais, outros locais do estado, como São Francisco de Paula; onde encontra o historiador e artista plástico, Valdecir Rigon.

As cenas de palco foram filmadas durante o show Fluxos, na edição do Unimúsica no salão de atos da UFGRS, com a participação de diversos músicos de culturas de vários continentes e nacionais como Hique Gomez.

Filmado antes da pandemia, o filme foi produzido de forma colaborativa e conta com a participação de muitos artistas. Entre a equipe técnica, se encontram diversos profissionais do cinema gaúcho, entre os que destacam os premiados Pedro Clezar (Dir. de fotografia) e Daniel Dode (Color Gradding).

De acordo com o diretor Juan Quintáns, “A proposta da obra é divulgar a importância da  música e cultura galega/portuguesa no Brasil, através dos canais de exibição de mostras e festivais de cinema tanto nacionais como na Europa, principalmente Espanha e Portugal”.

O diretor

Juan Quináns, cineasta espanhol, nasceu na Galícia (Espanha), e, em 1995, estudou na Escuela de Cine de A Coruña, onde se especializou na área de som. Desde lá, trabalha como técnico de som direto e desenhista de som em várias séries de TV, publicidade e filmes para o cinema.

Começou a dirigir seus projetos autorais no Brasil, sendo também professor, que ministra aula de som para cinema e TV em diversos centros; destacando-se a Escola Fluxo de Fotografia e Cinema em Porto Alegre, o IGAP-RS, e a UNOCHAPECO em Santa Catarina. Alguns de seus trabalhos foram finalistas e ganharam prêmios em festivais internacionais de cinema, destacando os documentários “No Amor” (2017) e “Arte Flamenca pasión Brasileira” (2016).

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