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Requião visita Laranjeiras e fala de sua pré-candidatura ao governo do Estado

O ex-governador diz que seu foco para a Cantu seria trazer multinacionais e apoiar os pequenos agricultores

O pré-candidato ao governo do Paraná, Roberto Requião, esteve em Laranjeiras do Sul ontem (27) e na oportunidade visitou a sede do jornal Correio do Povo, onde deu uma entrevista para a equipe e também para o colega Adilson Nogueira, da Rádio Campo Aberto FM.

Requião é um advogado, jornalista, urbanista e político filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi governador do Paraná por três mandatos, senador em duas ocasiões, secretário de Desenvolvimento Urbano durante o governo Alvaro Dias, deputado estadual, além de prefeito da capital Curitiba e presidente do parlamento europeu Latino-Americano.

Saída do PMDB

Quando perguntado sobre sua saída do PMDB, Requião afirma que não foi ele quem saiu do partido, mas sim o PMDB que saiu de dele. “Eu sou fundador do PMDB do Paraná e nacionalmente eu fui uma das três pessoas que redigiu a carta de princípios da fundação do partido. Nosso PMDB era o partido das classes populares desligadas das decisões do grande capital, o partido das mulheres, dos trabalhadores e das minorias étnicas e raciais, o partido do amor, da mudança e da identidade. Mas com o tempo foi mudando e transformou-se em um balcão de negócios. O PMDB perdeu a postura, o caráter e a dignidade”.

Cantuquiriguaçu

Com relação ao que a Cantuquiriguaçu pode esperar do ex-governador nesta nova empreitada, caso vença o pleito, Requião salienta que o fundamental é lembrar que faltam empregos na região. “Eu traria empresas, porque quando uma multinacional quer vir para o Brasil ela quer favores especiais, porque trazem tecnologias que não temos. Eu cederia a esses favores sem problema nenhum, mas estas empresas se instalariam em regiões como a Cantu, onde não tem empregos industriais e nem bons salários. Podemos mexer nisso, mas acima de tudo temos que dar uma mexida nesta agricultura que traz comida para a nossa mesa”.

Requião afirma que é necessário cuidar da agricultura e que este foi um setor que ele sempre tratou muito bem e citou programas como: o Trator Solidário, Irrigação Noturna, Fundo de Aval, Panela cheia. “Impulsionamos com muita força a agricultura do Estado. Temos um agronegócio fantástico mas está faltando arroz e feijão, está faltando óleo de soja. Isso porque o agronegócio está plantando dólar, planta para vender para o exterior. Está faltando segurança alimentar no Brasil, vamos mexer nisso e temos condições de resolver”.

Para o pré-candidato pelo PT, o Estado precisa de um programa de apoio à agricultura diversificada. “Eu evito chamar de agricultura familiar porque parece que estamos falando daquela agricultura de subsistência, mas não, nós temos que dar sementes, equipamentos como o Trator Solidário, para que as coisas se estendam, porque a pequena agricultura é a que coloca alimento na nossa mesa”. Requião afirma que pretende multiplicar por 10 todos os programas que criou. “Isso para que os pequenos agricultores possam se transformar em produtores eficientes e tenham uma vida lucrativa. No meu governo nós conseguimos reverter o exôdo rural, porque demos meios para as pessoas continuarem a viver no interior”.

Para o povo

Conforme Requião, em seu governo haviam 320 programas de apoio à população. Ele lembra que quando tomou posse pela primeira vez, leu uma parte da carta de Puebla, onde fala-se sobre a opção preferencial pelos pobres. “Quem precisa do governo é quem vive do seu trabalho, frequenta escola pública, quem procura um posto de saúde público. Os ricos e milionários que me perdoem, pois eles podem viver bem em qualquer lugar do mundo. O governo é para o povo e tem que ser feito por pessoas que tenham identidade com a população e que vejam o povo com fraternidade e com amor”.