Violência política em 2022 cresceu 400% em comparação com 2018
Apenas em 2022 já houve 247 episódios, uma média de um a cada 26 horas
Os dois meses que antecederam o primeiro turno das eleições registraram uma média de quase 2 casos de violência política e eleitoral por dia. É o que aponta o estudo mais recente das organizações da sociedade civil Justiça Global e Terra de Direitos, que monitoram o cenário no Brasil desde 2016.
Dados deste ano
Apenas em 2022 já houve 247 episódios, uma média de um a cada 26 horas. O número já supera o total de 2020 e também é 400% maior do que a quantidade de casos registrados em 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) foi eleito. No período eleitoral, entre 1º de agosto e 2 de outubro deste ano, 121 episódios foram registrados no país. O levantamento foi feito com base em relatos publicados em portais, redes sociais e veículos de comunicação do país.
O número equivale a 25% de todos os casos de 2 de setembro de 2020 a 2 de outubro deste ano, período de análise do novo estudo. Nestes quase dois anos, o país presenciou 523 episódios envolvendo 482 políticos eleitos, candidatos ou assessores e dirigentes partidários, o levantamento não contabilizou pessoas fora da vida política. Desse total, houve 54 assassinatos, 109 atentados, 151 ameaças, 94 agressões, 104 ofensas, seis casos de criminalização e cinco de invasão.
Público específico são as maiores vítimas
O levantamento ainda revelou que os homens cisgênero, que são maioria em representação nos espaços de poder, somam 59% dos casos de violência política. As mulheres cis, que representaram 15,80% das pessoas eleitas em 2020, são vítimas de 36% dos episódios registrados pelo estudo. Já as transexuais e travestis foram alvo de 5%.