Especialista aponta os benefícios da fisioterapia respiratória em bebês
Para a fisioterapeuta, Evelin Ratier, a especialidade auxilia no tratamento de distúrbios de respiração em crianças e bebês. “É um conjunto de técnicas manuais e instrumentais que facilitam a remoção de secreções”, afirma
A fisioterapia respiratória pediátrica é pouco conhecida pela maioria das pessoas. Muitos associam a fisioterapia apenas a lesões motoras, como quando uma criança torce o pé, quebra o braço ou machuca o joelho. A maioria dos pais só descobre sobre essa área da fisioterapia quando seus filhos estão internados no hospital. Porém, ela é um campo de intervenção fundamental na saúde dos bebês e crianças. Seu objetivo é promover a saúde pulmonar, mobilizar secreções, melhorar a oxigenação sanguínea e prevenir complicações. Para compreender melhor essa prática, o jornal Correio do Povo do Paraná conversou com a fisioterapeuta respiratória pediátrica Evelin Talita Ratier, que tem dedicado sua carreira a essa área específica da fisioterapia.
O que é e quando se torna necessário?
Talita explica que é uma especialidade dentro da fisioterapia. “Ela auxilia no tratamento de distúrbios respiratórios em crianças e bebês. É um conjunto de técnicas manuais e instrumentais que facilitam a remoção de secreções”, esclarece.
Como as vias aéreas de bebês e crianças são menores, ela explica que possuem diferenças anatômicas em comparação com as dos adultos. “Assim, qualquer mínima secreção pode atrapalhar sua funcionalidade, causando desconforto respiratório, prejudicando o sono e, muitas vezes, levando a complicações pela dificuldade em expectorar a secreção sozinho”, explica a especialista.
Doenças tratáveis
Sempre que o clima começa a mudar, principalmente no inverno as crianças podem desenvolver condições típicas. A fisioterapeuta aponta que as principais incluem o acúmulo de secreções causadas por gripes e resfriados. “Bronquites, pneumonia, exacerbação da asma e síndrome do desconforto respiratório, entre outras”.
Para ela, a fisioterapia respiratória é realizada com manobras específicas para cada idade e caso. “O auxílio das mãos do fisioterapeuta no tórax do bebê é comum, além do uso de recursos instrumentais com equipamentos que auxiliam na ventilação pulmonar e na remoção de secreção do nariz e dos pulmões”, detalha Evelin.
Benefícios
Os benefícios dessa prática são diversos e impactam positivamente a saúde respiratória dos pequenos. A especialista cita vários. “Alívio da tosse, melhora do desconforto respiratório, auxílio na eliminação de secreção do nariz e dos pulmões, melhora da oxigenação e troca gasosa, prevenção de complicações, redução das chances de internação e aceleração da recuperação”.
Caso de sucesso
Evelin compartilhou um caso que demonstra o impacto positivo da fisioterapia respiratória na recuperação de um paciente. “Uma menina de 2 anos chegou ao atendimento com evolução rápida do quadro, apresentando muito desconforto respiratório, tiragem de fúrcula e intercostais (afundamento das costelas e respiração ofegante) e saturação baixa”, relembra.
Após a avaliação e o tratamento, a profissional explica que o esforço respiratório da paciente diminuiu e a saturação normalizou. “O diagnóstico de pneumonia foi confirmado posteriormente pelo médico, que reforçou a importância da fisioterapia respiratória junto ao tratamento medicamentoso para evitar a internação. O paciente apresentou uma melhora significativa após três sessões”, compartilha a fisioterapeuta.