Alta nos preços das mercadorias e combustíveis pressionam os pequenos negócios

De acordo com a Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV, esses são os principais gastos das empresas

A alta no preço das mercadorias e os sucessivos aumentos nos combustíveis têm sido os fatores que mais têm pressionado os custos dos pequenos negócios. É o que aponta a 12ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre o fim de agosto e o início de setembro com 6.104 respondentes de todos 26 estados e do Distrito Federal.

Entre os 492 empreendedores paranaenses ouvidos da pesquisa, 53% são MEI, 42% são microempresas e 5% empresas de pequeno porte. Destes, 8% são do setor de indústria, 31% do comércio, 55% de serviços, 2% do setor agropecuário e 5 % da construção civil. Do total de participantes, 62% são homens e 38% mulheres, e 69% responderam que o faturamento mensal diminuiu por conta da pandemia do coronavírus. Manter seu negócio funcionando em meio à pandemia é uma dificuldade para 47% dos participantes.

Custos com mercadorias e combustível

Seguindo a tendência nacional, os custos com mercadorias/insumos e com combustível também são os que mais pesaram no orçamento segundo os paranaenses, com 34% e 31%, respectivamente. A pesquisa também mostra que, no estado, 48% buscaram empréstimos bancários para seus negócios e 27% estão com dívidas ou pagamentos dos empréstimos atrasados.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que os gastos com insumos, mercadorias e combustíveis foram citados como os que mais impactam os negócios por 63% dos microempreendedores individuais (MEI) e por 61% das micro e pequenas empresas. Se somar a esses números as despesas com gás e energia elétrica, eles sobem para 76% para os MEI e 77% para as MPE. Custos com aluguel foram citados por 13% dos MEI e por 15% das MPE.

E o cenário ainda pode piorar. No acumulado deste ano até agosto, o preço da gasolina avançou 31,09%, enquanto o do diesel acumula alta de 28,02%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa do setor financeiro é que a inflação fique em torno dos 8% para esse ano. “Caso essa estimativa se confirme é possível que mais empreendedores sintam esse impacto, o que dificultará ainda mais o processo de retomada dos pequenos negócios, que estão começando a se recuperar dos danos causados pela pandemia”, comenta Melles.

Preço dos combustíveis aumenta mais uma vez

Empresas e setores

Em nível de Brasil, quando analisados por porte da empresa e setores, a alta dos preços das mercadorias e combustíveis exercem pesos diferentes. Apesar dos dois itens seguirem o mesmo grau de importância entre os microempreendedores individuais (MEI) e as micro e pequenas empresas, o preço dos insumos têm um impacto maior nas MPE (39%) do que entre os MEI (35%), e o preço dos combustíveis pesa mais nos microempreendedores individuais (28%) do que nas micro e pequenas (22%).

A mesma diferença acontece entre homens e mulheres. Para 32% dos homens, os gastos com combustíveis têm maior peso, contra 17% das mulheres. Já entre as empreendedoras, o que mais pressiona são os gastos com insumos e mercadorias: 41% delas indicaram esse quesito, enquanto apenas 34% dos homens escolheram essa mesma opção.

  “Esse resultado é reflexo de muitas atividades que existem mais em determinados portes e perfis, como por exemplo motoristas e entregadores de aplicativos, que são na maioria das vezes microempreendedores individuais, homens e que dependem do combustível para trabalhar. Assim como as indústrias, que geralmente são micro ou pequenas empresas e dependem mais de matéria-prima”, analisa o presidente do Sebrae.

De acordo com a 12ª edição da pesquisa de Impacto, para 62% das Indústria o custo das mercadorias é o que tem mais peso, seguido pelo Comércio (49%), Agropecuária (47%), Construção Civil (36%) e Serviços (25%). Já quando o assunto é combustível, ele pesa mais nos empreendimentos da Construção Civil (41%), Agronegócio (34%), Serviços (32%), Comércio (18%) e Indústria (14%).

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