IPCA-15 sobe 0,35% em setembro, segundo IBGE

O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado, que calculava um aumento de 0,37% para o período, segundo a mediana das estimativas da Bloomberg

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado uma prévia da inflação, apresentou um aumento de 0,35% em setembro. No mês anterior, havia registrado uma alta de 0,28%. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ontem (26).

Esse resultado está em consonância com as expectativas do mercado, que estimava um aumento de 0,37% para o mesmo período, de acordo com a média das estimativas da empresa de dados Bloomberg.

Ascensão

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve um aumento de 5%, o que também corresponde às expectativas, que eram de 5,02%. No acumulado de 2023, o indicador de inflação registrou uma alta de 3,74%.

Quanto ao IPCA-E, que representa o IPCA-15 acumulado trimestralmente nos meses de julho, agosto e setembro, apresentou um aumento de 0,56%. Esse valor está acima da taxa de -0,97% registrada no mesmo período de 2022.

Analisando os componentes do índice, seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em setembro.

O maior aumento, de 2,02%, e o maior impacto, de 0,41 ponto percentual, foram observados no grupo de Transportes. No grupo Habitação, houve um aumento de 0,30%, contribuindo com 0,05 ponto percentual, desacelerando em relação ao mês anterior, quando registrou um aumento de 1,08%.

No grupo de Transportes, a gasolina subiu 5,18% e teve o maior impacto individual no índice do mês, com 0,25 ponto percentual. Outros combustíveis, como óleo diesel (17,93%) e gás veicular (0,05%), também registraram aumentos, enquanto o etanol (-1,41%) teve uma queda nos preços. As passagens aéreas tiveram um aumento significativo de 13,29% em setembro, após uma queda de 11,36% em agosto.

No que diz respeito à Habitação, o aumento na energia elétrica residencial (0,66%) foi influenciado pelo reajuste de 9,40% em Belém (8,81%) a partir de 15 de agosto. O aumento na taxa de água e esgoto (0,12%) decorreu do reajuste de 5,02% em Brasília (2,76%) a partir de 1º de agosto. O gás encanado registrou uma queda de -0,46% devido às reduções tarifárias em Curitiba (-1,47%) e no Rio de Janeiro (-0,84%).

No grupo de Saúde e cuidados pessoais (0,17%), o destaque foi o aumento no item plano de saúde (0,71%), resultado dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Portanto, no IPCA-15 de setembro, foram consideradas as frações mensais dos planos antigos referentes aos meses de julho, agosto e setembro.

Queda

Por outro lado, no grupo Alimentação e bebidas (-0,77%), houve uma queda que contribuiu com -0,16 ponto percentual no índice. Essa queda foi influenciada principalmente pela deflação nos preços dos alimentos no domicílio (-1,25%). Alguns produtos como batata-inglesa (-10,51%), cebola (-9,51%), feijão-carioca (-8,13%), leite longa vida (-3,45%), carnes (-2,73%) e frango em pedaços (-1,99%) tiveram quedas nos preços, enquanto o arroz (2,45%) e as frutas (0,40%) aumentaram de preço, com destaque para o limão (32,20%) e a banana-d’água (4,36%). A alimentação fora do domicílio (0,46%) teve uma aceleração em relação ao mês anterior (0,22%), com altas no lanche (0,74%) e na refeição (0,35%), após variações de 0,14% e 0,35% em agosto, respectivamente.