Paraná prioriza Educação Técnica com meta de atender 50% da rede de ensino

“Estamos com 15 mil estudantes no mercado como estagiários ou menores aprendizes nas mesmas áreas de atuação da formação escolhida”, aponta o secretário estadual de Educação, Roni Miranda

Alvo de polêmica na reforma do ‘Novo Ensino Médio’, por conta do risco de corte da metade da carga horária, o ensino técnico é considerado o carro-chefe da atual gestão da rede estadual de ensino do Paraná. Por lá, 77 mil alunos participam das atividades do Ensino Profissionalizante. A meta, de acordo com secretário estadual de Educação, Roni Miranda, é atender 150 mil estudantes com cursos técnicos até 2026.

Prioridade
O secretário paranaense ressalta a importância do planejamento no programa de educação profissional e técnica com o objetivo de implantar o ensino para 50% dos alunos nos próximos quatro anos. Além da formação, a secretaria possui um braço de conexão com o setor empresarial para inserção dos estudantes no mercado de trabalho com estágios e programas de aprendizado da prática profissional. “Estamos com 15 mil estudantes no mercado como estagiários ou menores aprendizes nas mesmas áreas de atuação da formação escolhida”, destaca o secretário.

Os números da pasta mostram uma evolução na procura pelos cursos técnicos. Em 2019 eram 10,4 mil estudantes matriculados nesta modalidade. Em 2023, o número subiu para 77 mil alunos e a previsão para o ano que vem, de acordo com Miranda, é saltar para 112 mil estudantes em cursos técnicos no Paraná.
A escolha por este formato, justifica o secretário, se baseia nas estatísticas da pasta sobre o acesso dos estudantes da rede pública do Paraná às instituições de Ensino Superior. Miranda revelou que apenas 20% desses estudantes conseguem entrar nas universidades, públicas ou particulares. Na prática, de cada dez estudantes da rede pública do Paraná, oito precisam seguir outros caminhos que não o dos cursos superiores. “A preferência dos estudantes, é por cursos técnicos, mais especificamente 77% dos jovens consultados pela Seed. Entre os mais procurados estão desenvolvimento de sistemas, enfermagem, magistério, jogos digitais, administração e agronegócio, todos com no mínimo 1,2 mil horas de aprendizado”, informa Miranda.

Melhorias
A proposta do Ministério da Educação, após consulta popular, pode reduzir a carga horária para até 600 horas. Para cursos técnicos de 1,2 mil horas, o MEC justifica que conta com a colaboração dos estados na ampliação de jornada por meio do programa ‘Escola em Tempo Integral’, ou seja, o governo federal não teria responsabilidade para garantir o mínimo na formação profissional dos estudantes no Ensino Médio.
No Paraná, os cursos técnicos são oferecidos nas escolas em tempo integral e também na modalidade integrada ao Ensino Médio em diferentes períodos do dia.
Ele faz a ressalva que existe diferença entre a qualificação profissional e o ensino técnico, principalmente na quantidade de horas de formação. “A qualificação profissional é o curso de ‘tiro de curto’, de três a seis meses. Esse tipo de curso é importante, mas não está no nosso planejamento, que prevê os cursos técnicos com certificação, diploma técnico, com carga horária de pelo menos 1,1 mil horas, dependendo do curso”, finaliza o secretário.