Estado registra perdas em razão de adversidades climáticas registradas desde o início de 2019
O Departamento de Economia Rural (Deral), da secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, fechou janeiro com projeção de redução em 39% na produção de soja no Estado para a safra 2021/22, em relação ao potencial. A primeira Previsão Subjetiva de Safra (PSS) deste ano, apresentada na quinta-feira (27) pelos técnicos do órgão, aponta também que, no caso do milho de primeira safra, as perdas estão em 36%, enquanto o feijão terá 31% a menos na produção em relação à projeção.
Por se tratarem de commodities – produtos básicos não industrializados – dependem de várias conjunturas, inclusive oscilações decorrentes de produção internacional. Mas as perdas monetárias para os produtores paranaenses devem se posicionar entre R$ 25 e R$ 30 bilhões. No estado, o maior impacto para a redução de produção e perda de renda é essencialmente o climático, com a estiagem forte iniciada em 2019, aliada ao calor intenso tanto no ambiente quanto no solo.
Perdas
Segundo o secretário da Agricultura e do Abastecimento Norberto Ortigara, desde o final de dezembro a produção agrícola encontra um efeito negativo, por conta da estiagem prolongada, escassez hídrica e altas temperaturas no ambiente, ocasionando muitas perdas nas culturas em geral, principalmente soja, feijão e milho.
As perdas provocam impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), visto que a agricultura é a base econômica do Paraná.
“Embora não tenhamos fechado todos os dados e todo tipo de perda, esse impacto está entre 25 e 30 bilhões de reais, de coisas que não estão sendo produzidas”, afirmou Ortigara. “É um quadro realista de perda, que provoca impacto, traz desconforto e desarticulação da cadeia de renda do agricultor, mas estamos trabalhando junto ao Governo Federal para socorrer, apoiar, incentivar os nossos agricultores nas suas necessidades para que continuem produzindo.”
A estimativa divulgada pelo departamento destaca uma redução significativa das culturas de soja, milho e feijão. A soja corresponde a mais de 90% da área plantada de grãos no Estado do Paraná, qualquer redução na produção impacta diretamente na economia local e regional, pois o Estado é totalmente ligado ao agronegócio.
Grãos
SOJA – Os números do relatório mensal do Deral não diferem muito dos que foram levantados em meados de janeiro e entregues à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Até agora, há perda de mais de oito milhões de toneladas de soja, ou 39% do previsto inicialmente, que era de pouco mais de 21 milhões de toneladas. A produção estimada atualmente é de 12,8 milhões de toneladas.
Se o comparativo for feito com a produção da safra 2020/21, que gerou 19,8 milhões de toneladas, os produtores paranaenses devem ter redução de 35%.
MILHO – O cenário climático adverso também provocou perdas irreversíveis para os produtores de milho da primeira safra. Em relação ao potencial produtivo de 4,3 milhões de toneladas, que tinha sido previsto, a baixa já ultrapassa 1,6 milhão (36% a menos). Com isso, o campo deve render 2,7 milhões de toneladas. Isso representa redução de 13% em relação ao produzido na safra 2020/21.
A estiagem refletiu também na produtividade do milho. A previsão é que na atual safra sejam colhidos 6.232 quilos por hectare. No ciclo de 2020/21, foram 8.372 quilos por hectare. Como a colheita da soja avança de forma mais acelerada que o habitual, o plantio de milho segunda safra também foi adiantado. Na semana foram plantados 5% da área total estimada em 2,6 milhões de hectares, com expectativa de se colher 15,2 milhões de toneladas.
FEIJÃO – Os produtores de feijão da primeira safra paranaense tinham a esperança de colher 280 mil toneladas, muito inferior a 2019/20 (316,2 mil toneladas). No entanto, a cultura foi severamente atingida pelas adversidades climáticas e deve ficar em 190,4 mil toneladas.
O volume é 31% menor que o potencial produzido no ciclo anterior, resultando em queda de rendimento.
Os produtores já colheram pelo menos 83% da área de 139,5 mil hectares. Em função da menor oferta neste início de ano, os preços ao produtor aumentaram. Nos últimos 20 dias, eles saíram de R$ 240 a saca de 60 quilos e passaram à faixa de R$ 280 a R$ 300.
Para a segunda safra do feijão, a expectativa é de colheita de 520 mil toneladas em 263 mil hectares. Apesar de redução de 3,3% na área, devido às condições climáticas desfavoráveis como a seca e a geada, os produtores esperam colher até 82% a mais em relação à safra 2020/21, quando retiraram 286 mil toneladas da terra.
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