Nutricionista alerta para os perigos do uso indiscriminado de Ozempic

Medicamento indicado para diabetes tipo 2, quando utilizado sem orientação médica, pode causar efeitos colaterais, como problemas gastrointestinais e pancreatite

 Nos últimos meses, o nome Ozempic ganhou destaque não apenas nos consultórios médicos, mas também nas redes sociais. O medicamento, cuja substância ativa é a semaglutida, foi desenvolvido para o tratamento do Diabetes Tipo 2, auxiliando no controle da glicemia. No entanto, seu efeito colateral mais popular é a perda de peso, e tem levado muitas pessoas não diabéticas a utilizá-lo com a finalidade de emagrecimento rápido. 

 Para a nutricionista Eduarda Refosco, esse uso indiscriminado e sem acompanhamento médico é motivo de grande preocupação. “Um dos principais riscos do uso indevido do Ozempic é o desenvolvimento de efeitos colaterais graves. Entre eles, problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia. Além disso, existem prejuízos a longo prazo, como possíveis problemas na função da tireoide e aumento do risco de pancreatite”, explica.

Além dos efeitos imediatos 

 O uso sem indicação médica pode comprometer seriamente a saúde a longo prazo. “Existe também um efeito muito comum, que é o reganho de peso após o uso ser descontinuado, porque a perda de peso rápida e não saudável elimina massa magra e líquidos e não gordura”, alerta a nutricionista.  Essa perda significativa de massa magra é especialmente perigosa, pois compromete a manutenção da saúde geral e pode levar à sarcopenia, uma condição caracterizada pela perda de função muscular esquelética, comum no envelhecimento. “Estamos falando de um risco real para pessoas jovens que, em busca de um resultado estético rápido, podem estar comprometendo sua saúde no futuro”, acrescenta.

 Efeitos emocionais   

 Outro ponto importante é o impacto psicológico e comportamental. O uso do medicamento como “atalho” para o emagrecimento pode prejudicar a relação com a alimentação e criar a falsa ideia de que o corpo ideal pode ser alcançado com soluções milagrosas. “Muitas pessoas podem pensar que é uma solução mágica, quando, na verdade, a perda de peso saudável deve ser baseada em uma abordagem equilibrada, que inclui dieta adequada e exercícios físicos”, afirma. 

 A especialista defende que existem formas mais seguras e sustentáveis de emagrecer, ela afirma que mudanças simples, fazem parte do processo “Priorizar alimentos integrais, frutas, vegetais, manter uma rotina de atividades físicas, e consultar um profissional de saúde, como um nutricionista, pode ajudar a estabelecer um plano individualizado e eficaz”, reforça. 

 Por fim, Eduarda Refosco encerra dizendo que medicamentos como o Ozempic devem ser usados somente sob supervisão médica e para condições específicas, como o diabetes, e que não se deve buscar soluções rápidas, mas sim focar em hábitos que promovam a saúde a longo prazo.

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