Histórias em quadrinho como fonte de inspiração

Muitas pessoas começam seu processo de leitura através de gibis, como é o caso do professor Jeanderson Prada

Os quadrinhos são uma excelente opção para incentivar a leitura em quem está entrando no mundo das letras e para quem não gosta muito de ler. Eficientes, os gibis são capazes de podem atrair interessados para outros tipos de leitura.

Como exemplo disso temos o professor laranjeirense Jeanderson Prada que relata como os quadrinhos foram importantes na sua vida, tendo o influenciado desde muito cedo. “Minha mãe e madrinha me incentivaram comprando algumas edições sempre que podiam. Os quadrinhos da Disney foram os primeiros que tive contato, mas depois de um tempo comecei a ler também a turma da Mônica e me apaixonei pelas histórias, pois retratam melhor o Brasil”.

Com o tempo, o professor explica que começou a explorar novos estilos, e conseguiu uma edição do Homem Aranha. “O herói sempre foi meu favorito da Marvel, e me mostrou um novo mundo de leitura. Os quadrinhos moldaram muito do que sou hoje e, sem o incentivo da família e leituras que tive, hoje eu poderia ser alguém muito diferente”.

O professor dá dicas de algumas leituras como “Madenka” escrita pelo brasileiro Will Walbr em estilo mangá. Com foco no folclore brasileiro ele cria uma história de heróis num Brasil fantástico e surpreendente. “Outra história brasileira incrível é o título ‘Independência ou Mortos’, de Abu Fobiya e Harald Stricker, que retrataram de forma alternativa a independência do Brasil”, conclui.

Início das Hqs

A primeira história em quadrinhos com as características que conhecemos hoje foi publicada nos EUA em 1894 em uma revista chamada Truth. A autoria é do americano Richard Outcault. Meses mais tarde, o jornal New York World começou a publicá-la oficialmente.

A HQ intitulava-se The Yellow Kid (A criança amarela) e narrava as peripécias de uma criança que vivia nos guetos de Nova Iorque e sempre vestida com uma grande camisola amarela. A personagem comunicava-se por gírias, numa linguagem bastante coloquial, e trazia reflexões sobre a sociedade de consumo e questões raciais e urbanas.

Embora essa seja considerada a primeira história em quadrinhos, é importante destacar que algumas manifestações artísticas que já existiam há tempos serviram como influência para a criação das HQs. Como, por exemplo, as pinturas do século 14 nas igrejas católicas contando a via-sacra. Nelas é possível observar a trajetória do julgamento e crucificação de Jesus Cristo através de desenhos feitos de forma sequencial.

HQs no Brasil

No Brasil, a primeira revista em quadrinhos chamou-se o Tico-Tico e foi publicada em 1905 pelo periódico o Malho. Idealizada pelo artista Renato de Castro, foi influenciada pela HQ francesa La Semaine de Suzette e teve como personagem mais popular o garoto Chiquinho.

Mas foi apenas em 1960 que o público brasileiro teve um gibi inteiramente colorido, com a publicação de A Turma do Pererê, do cartunista Ziraldo. O gibi foi apresentado pela editora Cruzeiro e trazia personagens inspirados na cultura nacional. Em 1964, ele foi retirado de circulação por conta da censura instaurada durante a ditadura militar e só voltou a ser publicado novamente em 1975.

Foi também na década de 60 que surgiu a história em quadrinhos mais conhecida do Brasil, a Turma da Mônica, criada pelo paulistano Maurício de Sousa. A revistinha fez tanto sucesso que hoje é publicada em mais 40 países e traduzida em 14 idiomas.

Outro nome bastante influente é o da quadrinista Laerte, que se destacou com tirinhas políticas e sociais. Um dos seus principais trabalhos, Piratas do Tietê, teve diversas publicações no jornal Folha de São Paulo.

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