Sepse pulmonar leva à morte de Ney Latorraca
Conhecido pelos seus diversos papéis, o ator morreu no Rio após batalha contra câncer de próstata com metástase
O ator Ney Latorraca faleceu nesta quinta-feira (26), às 6h23, no Rio de Janeiro, em decorrência de sepse pulmonar. Ele estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio. Ney enfrentava um câncer de próstata, diagnosticado em 2019, que retornou em agosto deste ano com metástase.
Após tratamento inicial, a doença não foi controlada. Ney Latorraca deixa o marido, o ator Edi Botelho, com quem foi casado por 30 anos. O local, horário do velório e a cremação ainda não foram divulgados.
Início da carreira
Antônio Ney Latorraca nasceu em Santos, São Paulo, em 1944. Aos 6 anos, participou de uma radionovela na TV Record. Nos anos 1970, atuou em peças como Hair (1970), Jesus Cristo Superstar (1972), Bodas de Sangue (1973) e A Mandrágora (1975).
Sua primeira novela foi Escalada (1975), na TV Globo, onde interpretou Felipe, um personagem mudo que despertou a atenção do público. Ney relembrou a experiência em depoimento ao Memória Globo: “Ele só balançava a cabeça, mas fez sucesso. Em seis semanas, eu já estava concorrendo com Tarcísio Meira e Roberto Carlos como rei da televisão”.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou com o diretor Walter Avancini em produções como Anarquistas, Graças a Deus, Memórias de um Gigolô, Rabo de Saia e Grande Sertão: Veredas.
Trabalhos
Ney Latorraca interpretou Vlad na novela Vamp (1991) e Barbosa em TV Pirata (1988). Sobre Barbosa, disse: “Era um personagem que virou um sucesso. Até hoje me pedem na rua para fazer o Barbosa”.
No teatro, estrelou O Mistério de Irma Vap (1986) com Marco Nanini, uma peça que ficou em cartaz por mais de 11 anos. Esse trabalho permitiu que Ney adquirisse estabilidade financeira e cuidasse de sua mãe até o falecimento dela, em 1994.
Na TV Globo, Ney participou de 17 novelas, seis minisséries, além de séries e especiais. Sobre a profissão, afirmou ao Memória Globo: “Aprendi desde cedo que precisava representar para sobreviver”.
A trajetória de Ney Latorraca inclui contribuições ao teatro, cinema e televisão no Brasil.