A vida depois de uma doença grave
Aprenda a superar os sentimentos negativos e a cuidar da saúde física e mental
Em relatório divulgado semana passada pela Sociedade Americana do Câncer (ACS) mostra que, no começo de 2022, o número de sobreviventes da doença bateu a marca de 18 milhões naquele país, sendo que dois terços têm mais de 65 anos haviam sido diagnosticados nos últimos dez anos.
Dados
Já no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se a ocorrência de 620 mil novos casos por ano. Entre os homens, a maior incidência é a do câncer de próstata, que responde por 29,2% do total; entre as mulheres, o de mama representa 29,7%.
A chefe da divisão de vigilância e análise de situação do Inca, Marianna Cancela, explica sobre isso. “A estimativa é de que tenhamos cerca de 1,4 milhões de pacientes que receberam o diagnóstico nos últimos cinco anos e estão vivos. Uma boa notícia é que os dois tipos de câncer mais comuns, próstata e mama, têm boas chances de cura se diagnosticados precocemente”.
Nos dois países as desigualdades sociais mostram um desafio enorme para a prevenção e o tratamento precoce. Mesmo assim, cada vez menos pessoas se curam. A partir desses dados recém-divulgados, que se mostra necessário escrever sobre o que acontece na vida das pessoas depois da vitória sobre uma doença grave. De acordo com outro estudo do Inca, os pacientes e até seus familiares tendem a adotar hábitos saudáveis, o que inclui a prática de exercícios e uma dieta balanceada.
Pesquisas
Os pesquisadores atribuíram essas mudanças à dura experiência do diagnóstico e tratamento: a angústia e o sofrimento conduzem a um processo de reformulação de valores e comportamentos que é conhecido como ruptura biográfica. Apesar de questões preocupantes, como o impacto econômico para quem deixou de trabalhar, ocorre um estreitamento dos laços afetivos com familiares e com os grupos que foram solidários durante o processo.
Embora o medo de uma doença como o câncer seja maior, toda enfermidade séria traz sentimentos emocionais e mentais desagradáveis, podendo até surgir limitações físicas. O luto é uma coisa real, visto que perdemos uma parte de nós e da vida como a conhecíamos. A partir de um estudo da médica Alisa Sabin, ela lista, algumas recomendações que podem servir para lidar com os sentimentos negativos e aprender a superá-los.
Como lidar com esses sentimentos
• Aceitar: é preciso encarar de forma realista o que mudou, reconhecer se surgiu alguma incapacidade, temporária ou permanente. Tente focar no que é possível controlar;
• Conectar-se: mantenha contato e aprofunde o relacionamento com as pessoas que lhe deram acolhimento nos momentos difíceis. Lembre-se que você também é capaz de ajudar amigos e familiares com sua presença e disposição para ouvir, e não recuse auxílio se estiver precisando;
• Cuidar-se: a saúde física auxilia a saúde mental. Não descuide da alimentação, da atividade física e do sono de qualidade. Aprenda a manejar a ansiedade e o estresse com técnicas de relaxamento, como meditação por exemplo;
Encontrar-se: cerque-se de coisas e atividades que lhe deem prazer e tragam propósito à sua existência. Pode ser um hobby, um trabalho voluntário, uma nova atividade;
Celebrar e agradecer: crie metas simples e festeje cada pequena vitória. Se inspire em histórias de superação e não se deixe abater pelo desânimo. Transforme-se você mesmo em seu melhor amigo.