Paraná amplia debate e reforça parcerias para uma agricultura mais sustentável

As discussões visam que o estado tenha uma lei de bioinsumos que incentive o investimento no setor

O Paraná tem aprofundando discussões em relação a novos caminhos da ciência, da inovação e do conhecimento tecnológico, com vistas à potencialização do bioinsumo e do reforço à agropecuária cada vez mais sustentável. Com o mundo todo voltado para pautas mais sustentáveis o agronegócio tem papel fundamental nessa transição mundial para energias renováveis e tecnologias ecológicas.

O plano, apresentado pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, na abertura do AgroBIT Brasil, um dos eventos mais relevantes de tecnologia e inovação para o agronegócio.

“Temos o desafio de curto prazo que é fazer uma legislação de bioinsumo no Paraná”, disse Ortigara. “Não é para amarrar ou complicar, mas para dar mais clareza à sociedade sobre o que entendemos e como podemos potencializar, provocar e trazer investimentos para o desenvolvimento de bioinsumos.”

O que são os bioinsumos?

Bioinsumo é o produto, o processo ou a tecnologia de origem vegetal, animal ou microbiana, destinado ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento de produtos agropecuários, nos sistemas de produção aquáticos ou de florestas plantadas, que interfiram positivamente no crescimento, no desenvolvimento e no mecanismo de resposta de animais, de plantas, de microrganismos e de substâncias derivadas e que interajam com os produtos e os processos físico-químicos e biológicos.

Segundo o secretário, em paralelo a esse debate, o Estado estuda formas de melhorar ainda mais o incentivo às inovações. “Queremos elevar a régua dessa questão da ciência, da inovação e da tecnologia. Somos e seremos parceiros de todos os movimentos que conduzam o agricultor a um patamar mais elevado, mais eficiente, mais racional, que traga bons resultados para o nosso agricultor”, afirmou.

Ao discursar para os cerca de 900 participantes do evento, Ortigara disse que hoje não há mais espaço para agricultura rudimentar, baseada apenas no conhecimento empírico. “Hoje é ciência, inovação e novos conhecimentos permanentemente”, alertou. “Tem muito espaço nesse mundo novo, é preciso se apropriar desses processos modernos porque estão chegando para simplificar bastante e refinar a capacidade de decidir.”

Brasil

Neste mês pesquisadores e representantes da agroindústria defenderam, na Câmara dos Deputados, a garantia de segurança jurídica para manter o crescimento do mercado de bioinsumos no Brasil. O debate, promovido pela Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia, discutiu duas propostas legislativas sobre o tema e projetou perspectiva de movimentação global de US$ 11 bilhões neste mercado a partir de 2025.

Para o coordenador da frente parlamentar, deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), avanços na legislação podem favorecer o ambiente de mercado. “Temos uma oportunidade muito grande para que esse setor se desenvolva. A gente tem que dar segurança jurídica para aqueles que atuam, investem, produzem e consomem”, argumentou.

Empresários do setor informaram que o Brasil é o maior mercado mundial de bioinsumos, com crescimento anual de 32% e movimento de cerca de R$ 3,5 bilhões por ano. Nesse sentido, a perspectiva de novos avanços vem da adoção de práticas inovadoras na agricultura e do fato de o país possuir uma das maiores biodiversidades do planeta. Dessa forma, os representantes do meio empresarial também afirmaram que os defensivos químicos continuarão a existir, mas poderão ser substituídos em até 50% pelos bioinsumos, no futuro.